Alimentação nos lares brasileiros tem aumento de 45,35%

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Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Segundo pesquisa, itens básicos como arroz, feijão são os que mais sofreram reajustes, nem o macarrão com salsicha escapou da alta dos preços

Depois de 15 meses no topo da lista dos preços altos, a carne bovina figura entre os itens que tiveram baixa de preços, neste começo de 2023. Mas isso não significa que o brasileiro voltará a encher o carrinho de supermercado até o final do ano. Desde março de 2020 até fevereiro deste ano, a alimentação no domicílio brasileiro subiu 45,35% de acordo com levantamento realizado pelo Ibre/FGV a partir dos dados do IPCA, índice oficial da inflação.

Os itens do café da manhã dispararam: as frutas acumulam alta de 67,72%, o queijo subiu 50,28% no período, o pão aumentou 36% e nem o café escapou desse movimento, com alta de 39%. Principais itens da primeira refeição do dia que mais impactaram no bolso dos brasileiros foram: Leite longa vida (60%), leite em pó (50,33%), café (39%), iogurtes e derivados de leite (47,17%), requeijão cremoso (48,60%) e panificados (36%).

A disparada de preços vai muito além da primeira refeição do dia. Diversos fatores contribuíram para a alta dos preços, como por exemplo, o aumento de custos na produção, a redução da área plantada e os efeitos climáticos causados pelo LaNiña no primeiro trimestre, que tendem a se refletir nos itens mais básicos como o arroz e feijão. Segundo Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza Negócios  Internacionais, “Ainda precisamos de políticas sérias no campo monetário brasileiro para que possamos ter uma reversão dos valores dos alimentos básicos na cesta básica dos brasileiros”.

No almoço os itens que tiveram alta e os brasileiros consumiram menos no período foram: cebola (131,43%), arroz (59,26%), batata inglesa (85,06%), feijão carioca (52,25%), feijão preto (39,91%), tomate (40,50%).

Segundo dados divulgados pelo CONAB – Companhia Nacional do Abastecimento, a safra de arroz que já começou deve ser a menor em 25 anos. A expectativa é de uma safra de 10,38 milhões de toneladas no período de 2022/2023. A projeção de aumentos para os produtores deve sofrer um aumento na média de 10%. O arroz deve ficar 9,7% mais caro, seguido pelo ovo, com alta de 7,4% e pelo feijão, com avanço de 2,8%.

Até mesmo uma alimentação simples, como macarrão com salsicha, passou por uma escalada de preços de dois dígitos desde o início da pandemia. O macarrão subiu 40,74% e a salsicha teve alta de 34,5%. Antes uma refeição com 2 pacotes de macarrão instantâneo, 1 pacote de 500g de Salsicha e 1 sachê de molho de tomate,  para 4 pessoas sai em média R$ 9,48. Atualmente, a mesma receita não sai por menos de R$ 22,16, alta de 42,77% na média.

Segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), alerta que os insumos de produção, como milho e farelo de soja, subiram cerca de 121% nos últimos dois anos. A perspectiva de preço da carne de frango este ano segue a tendência das outras proteínas, que é se manter em padrões elevados e até subir, em alguns casos, se houver aumento de custos. Outro ponto de influência nos preços dos alimentos é a taxa de câmbio.

“Quando falamos em política cambial temos dois aspectos a considerar: o dólar alto favorece as exportações, enquanto a moeda estrangeira mais barata favorece a diminuição da inflação. Deste modo, é necessário ter um equilíbrio para fortalecer a indústria nacional e conquistarmos a ansiada diminuição dos valores inflacionários”, explicou Pizzamiglio.

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