Agroenergia e o papel estratégico para uma aviação mais sustentável

O setor de transportes é um dos principais contribuintes para as emissões de gases de efeito estufa (GEE), com a aviação respondendo por cerca de 5% do total e a navegação por menos de 2%, segundo dados do SEEG (2025). Diante da urgência climática, a descarbonização da matriz de transportes tem ganhado destaque, com a adoção de combustíveis renováveis como o etanol, biodiesel, HVO, combustíveis de navegação e o Combustível Sustentável de Aviação (SAF).

O Brasil, com sua vasta experiência em biocombustíveis, tem potencial para se tornar um líder global na produção de SAF. A Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), por meio de seu comitê de Agroenergia e em parceria com empresas associadas, lançou uma publicação técnica com dados, cenários e diretrizes para impulsionar o desenvolvimento desse combustível no país.

A Crescente Demanda por Combustíveis de Aviação e a Necessidade de Sustentabilidade

O consumo de querosene de aviação tem aumentado consistentemente, impulsionado pela expansão do transporte aéreo comercial e pelo crescimento do turismo global. Fatores como globalização, urbanização e ascensão da classe média em regiões como Ásia e América Latina devem elevar ainda mais a demanda. Projeções indicam que o tráfego aéreo dobrará nos próximos 20 anos, ampliando a dependência de combustíveis fósseis.

Para reduzir o impacto ambiental desse crescimento, o SAF surge como uma alternativa viável, capaz de diminuir significativamente as emissões de carbono na aviação. No entanto, sua adoção em larga escala depende de avanços tecnológicos, investimentos em produção e políticas públicas eficientes.

A Importância da Regulamentação e Certificação Internacional

Para que o SAF brasileiro seja competitivo no mercado global, é essencial que sua regulamentação esteja alinhada com os padrões internacionais de certificação. Isso garantirá a rastreabilidade, a análise de ciclo de vida e a elegibilidade para créditos de carbono, facilitando a aceitação em mercados estratégicos.

O Brasil tem a oportunidade de se consolidar como um grande produtor de SAF, aproveitando sua expertise em biocombustíveis e sua capacidade agrícola. Com políticas adequadas e cooperação entre setor público e privado, o país pode contribuir significativamente para a descarbonização da aviação e para um futuro mais sustentável.

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