
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial realizou a cerimônia simbólica de entrega de uma esteira de triagem de materiais recicláveis para a Cooperativa de Trabalho de Catadores de Materiais Recicláveis e Utilizáveis Ambiental, localizada em Ceilândia, no Distrito Federal. Com 29 metros de comprimento e um investimento de 580 mil reais, o equipamento já opera há um mês na cooperativa e tem aprimorado o processo de separação, aumentando a produtividade e a renda dos catadores cooperados.
A entrega integra o programa Coopera mais, uma iniciativa da agência que fortalece a cadeia industrial da reciclagem na região. Lançado em maio, o programa já distribuiu empilhadeiras, prensas e caminhões novos e adaptados para coleta seletiva. Cerca de 30 cooperativas e 1,1 mil catadores serão beneficiados por convênios firmados com três redes de cooperativas locais.
A cerimônia contou com a presença do presidente da agência, Ricardo Cappelli; do deputado federal, Rodrigo Rollemberg; do presidente da Rede Alternativa, Cleusimar Andrade, e da presidente da cooperativa, Rosileide Alves, conhecida como Leidinha.
Dirigindo-se aos catadores presentes, Cappelli enfatizou a importância de seu trabalho para a construção de uma economia mais verde e inclusiva. Ele afirmou que o trabalho dos catadores é essencial para uma indústria mais sustentável, moderna e comprometida com o futuro, acrescentando que a sustentabilidade só é verdadeira quando valoriza quem realiza o trabalho na base da cadeia.
O presidente expressou que o fortalecimento das cooperativas é fundamental para ampliar oportunidades e consolidar o setor como referência nacional. Ele declarou estar feliz, mas não satisfeito, comprometendo-se a continuar trabalhando para que mais cooperativas tenham acesso a contratos de coleta seletiva em áreas melhores, com materiais de maior valor agregado. Seu objetivo é que os catadores possam vender diretamente para a indústria, beneficiar seus produtos e aumentar suas rendas.
Em seguida, o deputado Rodrigo Rollemberg destacou que a iniciativa está alinhada com o objetivo de transformar o Distrito Federal e o Brasil por meio da inclusão e da sustentabilidade. Ele afirmou que a coleta seletiva deve ser realizada pelos catadores, equipados com caminhões modernos e equipamentos de ponta, cabendo ao governo garantir as melhores condições de trabalho. Seu objetivo é que cada catador viva com dignidade, recebendo um salário justo e tendo tempo para o lazer, cultura e educação de seus filhos.
Os resultados da esteira já são visíveis após um mês de operação. De acordo com a presidente Leidinha, a produtividade aumentou e impactou diretamente a renda dos 53 cooperados, a maioria mulheres chefes de família. Ela expressou grande alegria com a nova máquina e estabeleceu como meta dobrar a capacidade de produção e melhorar ainda mais os salários. Nesse primeiro mês, os cooperados registraram um aumento médio de 30 por cento em sua renda. Atualmente, a cooperativa processa aproximadamente 75 mil toneladas de resíduos.
A catadora Antônia Cineide, de 57 anos, comemorou as melhorias trazidas pelo novo equipamento, dizendo que a vida muda com trabalho digno e com a sensação de serem vistos. Sua colega Rosilda Maria Rocha, também de 57 anos, mostrou-se otimista, lembrando que antes a equipe ficava até quatro dias parada quando a esteira antiga quebrava, situação que agora mudou completamente.
Para os próximos meses, estão previstas novas entregas às cooperativas ligadas à Central das Cooperativas de Trabalho de Catadores, da qual a cooperativa faz parte. Os itens incluem esteiras, prensas enfardadeiras, plataformas, balanças eletrônicas, empilhadeiras e consultorias nas áreas de informática e engenharia elétrica.




















