
Nesse mês, o PSG foi eliminado na Champions League e perdeu mais uma chance de conquistar a tão cobiçada taça, mas o que o futebol pode ensinar às empresas?
O Paris Saint-Germain (PSG) aparece como um dos times mais ricos do mundo e com um elenco de estrelas, incluindo o melhor jogador do mundo, segundo a Revista France Football, Lionel Messi, falhou mais uma vez na busca da tão sonhada taça da Champions League. Mas quais são as lições que o futebol pode ensinar às empresas?
Nas mesas dos bares e nos programas esportivos, a derrota do PSG para o Real Madrid foi longamente discutida. E claro que o ego dos jogadores, o tal “peso da camisa” e outros aspectos apareceram nas conversas.
No entanto, para o especialista em gestão empresarial e recuperação de empresas e CEO da BeYou Education, Ricardo Souza, o desempenho frustrante do PSG na Champions League também pode ser encontrado nas empresas, e ele destaca um ponto: a falta de liderança.

“Somente ter dinheiro e trazer as melhores pessoas não é garantia de sucesso nem no futebol, nem no meio corporativo. O Real Madrid eliminou o PSG mesmo com uma folha salarial mais baixa e são muitas as empresas que quebram em seu melhor momento, com recursos em caixa”, afirma.
Claro que, de acordo com Souza, é muito bom poder contar com estrelas em campo, mas é preciso saber valorizá-las. O melhor jogador ou colaborador não conseguirá executar o seu máximo sem uma liderança adequada.
“Michael Jordan, o maior jogador de basquete da história, cita em seu documentário ‘Arremesso Final’ a importância que o treinador Phil Jackson teve para que ele e o Chicago Bulls pudessem ser seis vezes campeões da NBA. É uma situação clara de como um líder conseguiu ganhar o respeito e admiração da estrela do time. Antes de Jackson, Jordan já era um dos maiores talentos da história da liga, mas era criticado exatamente por não ganhar títulos”, exemplifica o especialista.
Grandes técnicos do futebol sustentam o argumento de Souza, Sir Alex Ferguson, pelo Manchester United, tornou David Beckham, Cristiano Ronaldo, Wayne Rooney e tantos outros atletas estrelas do esporte, e claro vencedores de títulos, como a Champions League e o Mundial de Clubes.
José Mourinho venceu a Champions League com o Porto em 2004, naquela temporada ninguém poderia imaginar que o time português alcançaria tal glória. Atualmente, Pep Guardiola, do Manchester City, Thomas Tuchel, que passou pelo PSG e hoje está no Chelsea, Ten Hag, do Ajax, são alguns nomes de técnicos vencedores, eles conseguem extrair o melhor dos seus jogadores.
“Guardiola disse em entrevista que o Messi foi o Michael Jordan de sua carreira. Agora, o jogador argentino está no PSG e deu para perceber durante o jogo da eliminação contra o Real Madrid, após sofrerem o empate e a virada, que ele olhava para o banco desmotivado, muito pela falta de liderança do técnico do clube francês, Mauricio Pochettino, que ainda não possui uma carreira tão vencedora e nem títulos de muita relevância”, avalia o CEO da BeYou Education. “Já o time espanhol investiu menos em jogadores, mas trouxe um líder. O treinador Carlo Ancelotti é tricampeão da Champions League e por onde passou levantou taças”, completa. Souza explica que, nos momentos em que um time ou uma empresa passam por turbulência, a tendência é que as estrelas busquem o líder para que o barco não afunde.
Um líder que possa inspirar, despertar admiração e ter o respeito dos outros que trabalham com ele é a chave para uma caminhada de sucesso. “Muitas empresas investem em trazer o melhor profissional lá do concorrente, mas colocam em um time sem uma liderança. Com isso, a pessoa tende a não entregar o seu melhor e até mesmo incomodar os seus parceiros por ser uma ‘estrela’. No fim, nenhum resultado é alcançado. Um líder ‘ganhador de títulos’ consegue comandar uma empresa e elevá-la a um patamar jamais visto”, conclui Souza.