
O governo dos Estados Unidos, sob o comando do presidente Donald Trump, anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras, medida que deve entrar em vigor no dia 1º de agosto. Apesar das tentativas de negociação por parte do Brasil, até o momento não houve avanços nas discussões.
Diante desse cenário, o professor Roberto Uebel, do curso de Relações Internacionais da ESPM, acredita que a diplomacia corporativa brasileira pode ser decisiva para reverter a situação. Ele avalia que, embora o panorama inicial seja desfavorável, a atuação estratégica de empresas e entidades setoriais pode abrir caminho para um diálogo mais eficaz com os Estados Unidos.
Segundo Uebel, associações empresariais, representantes do agronegócio e da indústria já estão mobilizadas, enviando emissários para negociar com seus pares norte-americanos. Esses esforços, que funcionam como uma forma de diplomacia corporativa, podem influenciar não apenas as entidades dos EUA, mas também o Congresso e até os consumidores americanos.
O professor ressalta que, em um momento de tensão entre os governos, a pressão exercida por meio do lobby corporativo pode ser mais eficiente do que depender apenas da diplomacia tradicional. Ele defende que o Brasil deve unir forças entre os setores público e privado, superando divergências ideológicas, para buscar uma solução negociada que preserve as relações bilaterais.
Uebel lembra que a parceria entre Brasil e Estados Unidos foi construída ao longo de dois séculos, baseada no diálogo e na cooperação estratégica entre diversos setores, especialmente o produtivo. Para ele, essa abordagem deve ser mantida, mesmo diante dos desafios atuais.




















