
O Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto, adquire especial relevância este ano diante de um dado alarmante: pela primeira vez desde 2007, o Brasil registrou um aumento significativo de 25% no número de fumantes entre 2023 e 2024, revertendo a tendência de queda das últimas décadas. Este crescimento preocupa especialistas, uma vez que o tabagismo constitui o principal fator de risco para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), condição que afeta aproximadamente 300 milhões de pessoas globalmente e representa a terceira principal causa de morte no mundo.
A DPOC caracteriza-se por sintomas respiratórios crônicos, como falta de ar, tosse e produção excessiva de muco, resultantes de obstruções persistentes do fluxo de ar. Embora não tenha cura, a doença pode ser controlada mediante tratamento adequado, que inclui farmacoterapia, reabilitação pulmonar e capacitação médica continuada. Estima-se que 70% dos brasileiros com DPOC não tenham recebido diagnóstico, o que retarda o início do tratamento e eleva o risco de complicações.
As exacerbações da DPOC têm alto impacto na qualidade de vida dos pacientes, podendo levar a hospitalizações e progressão acelerada da doença. Em 2022, a DPOC foi responsável por mais de 43 mil óbitos no SUS. O tabagismo, além de seu custo humano, representa um encosto de R$ 153 bilhões anuais ao sistema de saúde, enquanto a arrecadação de impostos com a venda de cigarros corresponde a apenas 5% desse valor.
O Dr. Bernardo Maranhão, pneumologista e gerente de Grupo Médico da GSK, enfatiza a importância da cessação do tabagismo e do acesso a terapias eficazes para estabilizar a doença, reduzir exacerbações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Avanços no tratamento, incluindo opções incorporadas pelo SUS e uma abordagem centrada no paciente, são fundamentais para enfrentar este desafio de saúde pública.




















