Conitec recomenda incorporação de medicamento para câncer de mama precoce RH+/HER2- pelo SUS

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A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recomendou a incorporação do medicamento abemaciclibe para tratamento de câncer de mama precoce do tipo RH+/HER2- no SUS. A decisão beneficia pacientes com a forma mais comum da doença que apresentam comprometimento linfonodal e alto risco de recorrência.

O abemaciclibe, desenvolvido pela Eli Lilly, demonstrou redução de 32% no risco de recidiva da doença e 32,5% no risco de metástases em estudos clínicos – avanços não observados há mais de 15 anos no tratamento deste perfil de câncer. O medicamento já havia sido incorporado anteriormente para casos metastáticos, embora ainda não esteja disponível no SUS.

O câncer de mama é o tipo mais incidente entre mulheres no Brasil, com previsão de mais de 73 mil novos casos para o triênio 2023-2025. Estima-se que aproximadamente 30% das pacientes com a forma precoce RH+/HER2- evoluem para doença metastática dentro de cinco anos, mesmo com tratamento padrão.

A incorporação representa significativa economia para o sistema de saúde, considerando que o tratamento do câncer metastático pode custar até dez vezes mais (R$ 356 mil) que o da doença em estágio inicial (R$ 17 mil). Além dos benefícios clínicos, a medida impacta socialmente, já que 40% das mulheres interrompem atividades profissionais após o diagnóstico, com metade não retornando ao trabalho em dois anos.

O processo agora segue para análise da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, aguardando posterior publicação no Diário Oficial da União e atualização do Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas.