Ar seco e calor: conheça os impactos no organismo além da saúde respiratória

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Especialistas reforçam que, devido aos efeitos climáticos da estiagem, a atenção deve ser redobrada com a saúde mental, o ambiente escolar e até com o bem-estar dos pets

Com a previsão de chuvas para outubro, o clima no Distrito Federal tende a amenizar, mas, até lá, os especialistas alertam para a importância de cuidados essenciais durante o período de ar com baixa umidade e o calor intenso. Além de afetar a saúde respiratória, essas condições impactam a saúde mental, o desempenho escolar dos estudantes e até a qualidade de vida dos animais. 

Impacto na saúde mental
Membro da diretoria da Associação Psiquiátrica de Brasília (APBr), a médica Silvia Marchant Gomes explica que as variações climáticas têm influência direta na nossa saúde mental, pois o desconforto causado pelo calor, por exemplo, pode diminuir nossa capacidade de controlar as emoções e exigir maior esforço de adaptação, principalmente quando se apresentam de forma extrema como agora.

“É muito importante lembrar que este é um evento sazonal, que sempre acontece. Quanto mais preparados estivermos para enfrentar esses momentos difíceis, mais resilientes seremos”, destaca Silvia. Segundo ela, as crises de ansiedade e angústia são comuns durante mudanças climáticas extremas, e não devem ser ignoradas. “Buscar ajuda, conversar e respirar profundamente são atitudes fundamentais para manter o equilíbrio emocional”, pontua. 

Riscos de não adaptar a atividade física
A prática de atividades físicas durante o período de seca também requer cuidados redobrados. O professor de educação física, Bruno Carvalho, aponta que desidratação, problemas respiratórios, aumento da temperatura corporal e cãibras são alguns dos riscos associados ao clima. Para evitar esses problemas, o especialista recomenda a diminuição da intensidade dos exercícios, maior hidratação e, se possível, priorizar a prática de atividades em ambientes climatizados ou adaptados, incluindo a natação em piscinas

O profissional, do Colégio Everest Brasília, reforça que as medidas também precisam ser tomadas em ambiente escolar. As aulas de educação física devem ser adaptadas para garantir a segurança dos alunos. “As atividades ao ar livre devem ser realizadas em locais cobertos e com intervalos mais longos, garantindo a hidratação e o descanso dos estudantes”, recomenda Bruno Carvalho.

Cuidados com os pets e o meio ambiente
O período da seca é um desafio não apenas para os seres humanos, mas também para fiéis amigos de quatro patas. Nesse período, os pets estão mais suscetíveis a problemas respiratórios, dermatológicos e oculares. Para garantir o bem-estar e a saúde dos bichos de estimação, é fundamental adotar alguns cuidados específicos.

De acordo com veterinário Mário Falcão, especialista em oftalmologia de animais de pequeno porte, é imprescindível tomar cuidados com a hidratação da pele dos pets, evitar locais quentes e sem ventilação, fornecer água fresca, utilizar colírios lubrificantes para olhos e umidificadores para as vias respiratórias. “É importante que, assim como no caso dos humanos, os tutores evitem que os pets realizem grande esforço físico neste período, ou fiquem expostos por muito tempo ao sol”, reforça o médico do Centro Veterinário da Visão. 

Cuidados com animais de grande porte
As recentes imagens estarrecedoras de queimadas em fazendas por todo o país alertam também para cuidados com animais de grande porte. Na Fazenda Boechat, por exemplo, que conta com cerca de 500 bovinos, búfalos e cavalos, o impacto da seca é notável, mesmo com técnicas de manejo, como o uso de eucalipto com pasto e a rotação dos piquetes.

De acordo com Marcos Boechat, proprietário do local, entre os principais cuidados, estão: o planejamento prévio, a hidratação constante e a nutrição adequada dos animais, essenciais para garantir seu bem-estar. “O consumo de água aumenta em 20% durante a seca, e a qualidade da água influencia diretamente a saúde dos animais, que precisam ser bem mineralizados para suportar as altas temperaturas. Na fazenda, o uso de bebedouros é uma alternativa para preservar os córregos e garantir o acesso à água limpa”, comenta.

Ele destaca que a maior preocupação é com búfalos, que são mais sensíveis ao calor. Por isso, foram criadas barragens para que possam se refrescar. “O bem-estar dos animais é o foco principal”, afirma Boechat, destacando que o planejamento e a assistência de um agrônomo são fundamentais para enfrentar esses períodos críticos.

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