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Trabalhadores dos Correios paralisam atividades em todo país

Movimento no Centro de Tratamento de Encomendas dos Correios, em Benfica, Rio de Janeiro. Crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil

Em assembleia realizada no fim da tarde desta segunda-feira (17), os trabalhadores dos Correios decidiram parar as atividades por tempo indeterminado. A greve é um ação contra a privatização da empresa e também, contra a retirada de direitos dos funcionários. Também existe reclamação quanto a negligência com os trabalhadores durante a pandemia do coronavírus. 

De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect) houve uma tentativa de diálogo com a diretoria para negociar a pauta. Sem conversa e com a revogação do acordo coletivo de 2021, a decisão foi pela greve.

Ao todo, os funcionários perderam 70 cláusulas com direitos diversos, como 30% do adicional de risco, vale alimentação, licença maternidade de 180 dias e auxílio creche. 

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Pandemia

Os trabalhadores também se sentem abandonados neste momento de pandemia. A Fentect alega que tanto a federação quanto os sindicatos tiveram que acionar a Justiça para garantir equipamentos de proteção individual, testagem em massa, e também, o afastamento das pessoas do grupo de risco ou aqueles que moram com familiares, parentes do grupo de risco, ou ainda, que tem crianças em idade escolar. 

 “A direção da ECT buscou essa greve, retirou direitos em plena pandemia e empurrou milhares de trabalhadores a uma greve na pior crise que o país vive. Perdemos muitos companheiros para a Covid-19 em função do descaso e negligência da empresa. É o Governo Federal e a direção da ECT mantendo privilégios com ampliação de cargos e altos salários, ampliando lucro em detrimento da vida dos trabalhadores. Lutamos pelo justo. Lutamos para que as nossas vidas e empregos sejam preservados”, afirmou José Rivaldo da Silva, secretário geral da Fentect.

Privatização

O atual governo de Jair Bolsonaro colocou em pauta a privatização de várias empresas públicas, e o Correios é uma delas. O secretário geral da federação entende que a retirada de direitos e a precarização é uma estratégia do executivo e também, da direção da empresa para propiciar a privatização. 

“O governo Bolsonaro busca a qualquer custo vender um dos grandes patrimônios dos brasileiros, os Correios. Somos responsáveis por um dos serviços essenciais do país, que conta com lucro comprovado, e com áreas como atendimento ao e-commerce que cresce vertiginosamente e funciona como importante meio para alavancar a economia. Privatizar é impedir que milhares de pessoas possam ter acesso a esse serviço nos rincões desse país, de norte a sul, com custo muito inferior aos aplicados por outras empresas”, declarou.

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