E o que eu andei e ando questionando, em especial, na última semana? Parece-me a primeira pergunta, e para esta eu tenho a resposta, ainda bem, não é mesmo?
Observando os últimos fatos e o contexto político em efervescência no Brasil, a minha vontade é tentar prever os rumos de tudo isso. E eis que temos a pergunta de um milhão de dólares: a quem serve toda essa confusão?
Semana após semana, vemos declarações polêmicas do atual do presidente Jair Bolsonaro. Discurso confuso para tratar da saída de Sergio Moro, respostas atravessadas para os jornalistas, e o mais preocupante, e até natural, o governo também passa por inúmeras instabilidades.
A instabilidade política afeta a economia. Isso nós sabemos. Vivemos isso em 2016. O impeachment afetou diversos setores produtivos, que ainda não se recuperaram.
Dois anos depois: nova eleição, nova esperança. Entretanto, quatro anos depois do ‘tchau, querida’ podemos amargar mais um processo de demissão do chefe do Planalto.
A crise econômica de 2016 ainda está entre nós. Aí recebemos o coronavírus, que agrava a crise, e então, vivemos um terremoto político que também inflama ainda mais as incertezas. Sabe, a economia não gosta muito do incerto. Bem, não está sendo fácil viver abaixo da linha do equador.
Eu confesso que perdi as contas da quantidade de pedidos de impeachment que foram protocolados no Congresso. São 27, 30 ou mais? Bom, partidos, instituições assinaram o desejo de retirar o presidente. As alegações são: interferência política na PF, revelada por Sergio Moro (que diz que irá apresentar provas contundentes ao STF e neste sábado, ele prestará depoimento à PF em Curitiba) e a atuação do governo federal perante à pandemia do coronavírus.
Depois do tal vírus, o mundo não foi o mesmo. Já repararam que as pessoas estão mais questionadoras? Acredito que estamos realmente em um momento de transformação, estamos nos perguntando o que nos importa de fato. Relacionamentos irão terminar, ou se fortalecerão e empregos e empresas estão mudando.. Bom, o governo não está imune a isto.
E como se o vírus viesse para separar o joio do trigo. Isso é até compreensível, no entanto, testemunhar dois processos de impeachment em quatro anos é um tanto delicado. E isso me provoca inúmeras questões.
O que acontece com o nosso sistema político? Por que não conseguimos ter um líder político com poder de barganha e cabeça de estadista? A quem está servido todas estas crises políticas? Alguém e quem estaria lucrando com o colapso da política nacional?
Reflitam comigo, não são respostas fáceis e eu, por hora, não saberia guiar você, leitor, nesta jornada de encontrar as respostas. O que eu posso dizer é, talvez, essa nossa cultura de não querer entender de política tenha nos trazido até aqui. Talvez a educação frágil do nosso país também tenha contribuído para tudo isso.
O fato é que nada existe do nada. Tudo precisa de causas e condições. Se nós não pensarmos nas causas e condições, não iremos virar este jogo. Só identificando as causas e condições poderemos sair do ciclo: vota, se decepciona, tira, crise, nova eleição, não me serve, tira… E até quando aguentaremos algo assim?
Mas o impeachment é inevitável? Depende das ações dos outros dois poderes, das tais provas de Sergio Moro. Mas, não consigo ver Jair Bolsonaro terminando o mandato em 2022. Alguns analistas apontam que é algo que deve acontecer a médio, longo prazo. A previsão seria de 6 a 8 meses para dar início ao processo no legislativo.
Sabe, o que me preocupa de fato: quantas as vidas estão sendo/serão impactadas com o agravamento da crise política. Não basta voltar ao trabalho como se nada tivesse acontecido. Empregos, negócios, tudo está na onda da transformação.
Eu sigo acreditando, como já disse por aqui, que a economia não se recupera só com ‘mão invisível do mercado’, com a auto regulação defendida pelos neoliberais, ela, a dona economia, vai precisar de uma ‘mãozinha’ do Estado.
Então, sigam com os cintos afivelados, pois ainda teremos muitas turbulências vindo aí.
A arte de ser brasileiro
A política impacta no dia a dia de todos nós brasileiros. Não tem como fugir dela. E eu não quero te desanimar, pelo contrário, por isso quero terminar a coluna da semana reafirmando a força de todos nós.
A cada problema, a cada situação mais delicada, o que nós fazemos? Nós nos reinventamos.
Quantas pessoas estão fabricando máscaras para garantir alguma renda? Quantas pessoas estão doando máscaras, alimentos e ajuda financeira?
Não vamos ignorar o que acontece na Praça dos Três poderes. Precisamos entender o que acontece, precisamos cobrar dos nossos governantes e congressistas. Precisamos do apoio do Estado. No entanto, a totalidade da solução não está nos prédios públicos e nas canetas dos eleitos.
Precisamos lembrar que somos parte da solução. E para que possamos superar as dificuldades do momento, vamos precisar acionar a nossa atitude empreendedora, a nossa resiliência e o otimismo (a economia gosta de cenários cheios de otimismo).
Estamos vivendo inúmeras mudanças no mundo dos negócios. Sim, alguns setores serão afetados duramente por conta da pandemia. Já imaginou como vai ser almoçar em um self-service no pós-covid? Ou frequentar o cinema?
Contudo, a minha última reflexão de hoje é para que você levante a cabeça e siga acreditando que dias melhores virão, afinal, tudo passa.
Eis a minha questão para você: já parou para pensar que nós, seres humanos, somos dotados de uma capacidade infinita de superação e de aprendizado de novas habilidades?
Pois é, então, fique bem e até a próxima!