
O humor da população brasileira apresentou melhora no segundo semestre de 2025, com 72% dos entrevistados declarando-se satisfeitos com a vida que levam, retornando ao patamar de março após recuo observado em junho. Os dados são da pesquisa RADAR FEBRABAN, realizada entre 21 e 26 de setembro com 2 mil pessoas em todas as regiões do país.
Melhora nas percepções pessoais e nacionais
A pesquisa revela que 44% avaliam que sua vida pessoal e familiar melhorou em comparação com 2024, enquanto 65% acreditam que a situação vai melhorar ainda mais no restante do ano. Na avaliação do país, 34% consideram que o Brasil melhorou em 2025, revertendo tendência de queda registrada desde dezembro do ano anterior.
Inflação segue como principal preocupação
Apesar do otimismo crescente, a inflação continua sendo a maior preocupação dos brasileiros. Embora tenha havido melhora no indicador, 81% ainda avaliam que os preços “aumentaram muito ou aumentaram” nos últimos meses. Alimentos e produtos de abastecimento doméstico lideram as preocupações (69%), seguidos por combustíveis (28%) e saúde/medicamentos (27%).
Expectativas econômicas mistas
Os brasileiros demonstram expectativas divergentes sobre diferentes aspectos da economia:
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69% esperam aumento de preços (ante 71% em junho)
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42% preveem crescimento do desemprego
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34% acreditam em aumento de salários (alta de 11 pontos percentuais)
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71% mantêm expectativa de aumento de impostos
Prioridades e desejos da população
Saúde permanece como principal prioridade para o governo federal (32%), seguida por emprego e renda (19%). Entre os desejos pessoais, guardar dinheiro e investir lidera as aspirações (29%), enquanto o sonho da casa própria recuou de 28% para 25% desde junho.
Pix mantém alta aprovação
O sistema de pagamentos instantâneos continua com ampla aceitação (95% de aprovação), com crescimento da preferência por bancos tradicionais para operações (39%, ante 32% em junho). O Pix parcelado já é conhecido por 80% da população, com 68% de aprovação.
O sociólogo Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE, avalia que “um misto de cautela e otimismo perpassa as avaliações sobre o país e a economia” em um contexto que inclui as tensões com as tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.