Sabe-se que áreas como varejo, economia, segurança e educação já se beneficiaram, mudaram e otimizaram seu trabalho com seu auxilio, mas será que é possível levar isso para o direito também?
Nos deparamos com essa pergunta no inicio desse ano com uma conversa informal que a empresa Modo IT teve com o consultor, especialista em propriedade intelectual, Iago Farias Lora do escritório Mauro Silva Advogados associados.
Ele falou da quantidade de dados que eram gerados todos os meses pelo STJ para propriedade intelectual e que acreditava ser possível consolidá-los para ajudar nos trabalhos de advogados.
Desafio
Seria possível começar a analisar os processos de propriedade intelectual do STJ e encontrar um padrão nas decisões?
Seria possível auxiliar ou facilita os trabalhos de um advogado de forma que ele fosse o mais assertivo possível?
Interpretar acórdãos, ementas e textos perdidos em um processo pode parecer muito complexo no início, mas saber o que buscar para se ter inteligência de negócios pode ajudar bastante.
O que foi feito
Tratamos esse projeto como um projeto comum de BI, porém ao invés de buscar padrões de consumo e um tipo de cliente, buscamos padrões de decisões e algum viés de um ministro ou de uma turma.
Consolidamos todos os processos em uma base de dados central, possibilitando uma visão geral de como os processos estavam distribuídos no brasil e como as decisões de recursos estavam sendo feitas.
Essas informações se tornam muito importantes para fundamentar um novo processo se baseando em como os recursos especiais deferidos se comportaram. Entender quais leis, súmulas e recursos especiais eles se embasaram mostra um caminho a ser seguido.
Outra grande possibilidade com essas análises é começar a entender quais são as chances de um recurso ser deferido ou não baseado em todo o histórico de recursos daquele tipo.
Aqui o grande desafio foi dividir os recursos em partes lógicas, ou seja, dividi-los por assunto para identificar os parecidos e só então buscar entender um padrão.
Como trazer essa solução para o seu escritório
Um dos grandes desafios da inteligência de negócios é conseguir capturar os dados e transformá-los em informação.
Os tribunais superiores geralmente têm suas bases de dados com algumas inconsistências ou fora de padrão.
Geralmente o acesso à processos e recursos também não é muito fácil, mas aqui vão algumas dicas fáceis para que você consiga ter uma política de dados focada em inteligência de negócio:
#Não perca nenhum dado
Já dizia Lavoisier “Nada se cria, tudo se transforma”, os dados são exatamente assim.
Um processo por si só contém poucas informações para tomada de decisão, porém um conjunto de processos do mesmo assunto tem um arsenal de sucesso para fundamentar suas escolhas.
Provavelmente você tem um fluxo de processos que o seu escritório foi contratado para representar.
Armazenar esses processos não somente em uma área comum (muitos escritórios focam em ter um drive de compartilhamento), mas em bancos de dados para facilitar o acesso pode ajudar bastante.
Hoje em dia já existem ferramentas para gerar relatórios que são muito simples e intuitivas, utilize-as para crias relatórios consolidados e entender melhor como seus processos estão como um todo.
#Procure padrões
Sempre falamos que um dos pilares mais importantes do BI é exatamente identificar padrões nos dados armazenados.
Saber o que buscar é muito importante, no inicio do projeto que fizemos nós estávamos buscando mapear apenas as leis que eram mais citadas, isso não gerava informações tão relevantes quanto entender como as decisões estão sendo tomadas e o que leva a elas.
Entenda qual tipo de informações podem beneficiar mais o seu escritório e busque-as dentro dos processos.
O grande desafio da atualidade é exatamente saber transformar os dados armazenados em informações.
A maioria dos processos está disponível para todo mundo, o importante é saber o que procurar!
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