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Superliga da Europa perde força e pode ser cancelada

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Foto: divulgação

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Barcelona de Lionel Messi seria um dos times fundadores da Superliga Europeia. Foto: Miguel Ruiz/FC Barcelona/Fotos Públicas

Após protestos de torcedores e a pressão da Uefa e da Fifa, a Superliga vem perdendo terreno e parece já derrotada

Deu o que falar o anúncio da criação da Superliga Europeia. De domingo para cá, torcedores, atletas, organizações e até o primeiro-ministro Boris Johnson já se posicionaram sobre o surgimento do novo campeonato.

A nova liga teria o apoio de doze gigantes do futebol europeu, como os espanhóis: Real Madrid e Barcelona e dos ingleses, Liverpool e Manchester United. A competição seria comandada por Florentino Pérez, que entende que o futebol perdeu a graça nos últimos anos e o campeonato reacenderia o interesse dos torcedores pelo esporte.

O projeto teria, de acordo publicado pelo The Guardian, o financiamento do banco JP Morgan. O investimento inicial seria de € 3.5 bilhões e o dinheiro seria usado para bancar o lançamento da liga e o pagamento dos clubes. O anúncio foi sentido na Bolsa de Valores de Nova Iorque, as ações da Juventus e do Manchester United subiram, mais de 12% no caso dos italianos, e 11% para o time inglês.

Rivais da nova liga

Assim que foi anunciada, as ligas nacionais se posicionaram contra. A novidade se contrapõe a Fifa e a Uefa também. Em um comunicado, a Premier League, o campeonato inglês, confirmou que se reuniu, ao lado da Football Association, com 14 clubes para discutir as implicações da proposta da Superliga e o resultado foi unânime: os planos para a nova competição foram rejeitados.

“A Liga vai continuar a trabalhar com as principais partes interessadas, incluindo grupos de adeptos, Governo, UEFA, FA, EFL, PFA e LMA para proteger os melhores interesses do jogo e apelar aos clubes envolvidos na competição proposta que cessem imediatamente o seu envolvimento”, comunicado da Premier League.

Os presidentes da Fifa e da Uefa também rejeitaram a criação da Superliga e ameaçaram a impedir que os jogadores que participarem do novo torneio sejam excluídos das seleções nacionais. 

Hoje, na Suíça, aconteceu o 45º Congresso Ordinário da Uefa e os 55 membros concordaram em se opor ao novo campeonato. “A Uefa, as suas federações-membro e todos aqueles que amam o futebol estão firmes e irão resistir fortemente e lutar contra esta iniciativa dos proprietários destes clubes e dos seus apoiantes na medida do possível. Sabemos, moralmente, o que está em jogo e protegeremos o futebol de um clã egoísta que não se importa com o jogo. Somos o futebol europeu. Eles não são.”

Perdendo força?

Old Trafford, estádio do Manchester United. Foto: Larissa Leite.

Torcedores também protestaram contra a criação do novo campeonato. Faixas foram colocadas em Anfield Road, estádio do Liverpool, no Emirates Stadium, Arsenal e um protesto aconteceu na porta do Stamford Bridge, casa do Chelsea em Londres.

A pressão também veio dos próprios jogadores. Luke Shaw, lateral esquerdo do Manchester United e da Seleção Inglesa, postou no Twitter: “fiquei imaginando em como expressar a minha opinião sem causar nenhum problema para o meu clube (…) eu cresci assistindo a Premier League e a Champions League e me apaixonei pelo esporte, que na minha opinião, são as duas maiores competições de clubes do mundo”. O jogador se mostrou preocupado com a atual situação, lamentou o fato de que os estádios estão vazios devido à pandemia e terminou dizendo: “Fãs e jogadores deveriam sempre ter voz e suas opiniões deveriam contar sempre”.

Durante a tarde de hoje, os bastidores dos doze clubes foram bastante movimentados, Ed Woodward, CEO e vice-presidente do Manchester United anunciou a saída do clube no fim do ano. 

No clube desde 2005, Woodward, em um comunicado, destacou o trabalho realizado nos últimos 16 anos, mas não mencionou a briga entre Superliga e Uefa. Nos bastidores, acredita-se que a saída do dirigente está relacionada ao mal estar causado com a polêmica do novo campeonato.

Pelo Twitter, o maior campeão inglês confirmou: “Nós não iremos participar da Superliga Europeia”. A decisão veio pela reação dos torcedores, do governo britânico e dos principais stakeholders do clube. 

“Continuamos comprometidos em trabalhar com outras pessoas em toda a comunidade do futebol para encontrar soluções sustentáveis ​​para os desafios de longo prazo que o futebol enfrenta”, comunicado do Manchester United. 

 

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