Apesar do 3º ano de resultados positivos, economia ainda não se recuperou das perdas da recessão.
O Produto Interno Bruto (PIB), é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, em um ano. O PIB brasileiro fechou 2019 com crescimento de 1,1% frente a 2018. O resultado foi alcançado após a variação do quarto trimestre de 2019, que teve alta de 0,5% na comparação com o período anterior. Os dados foram divulgados nesta quarta (4), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Importante ressaltar que os bens e serviços finais que compõem o PIB são medidos no preço em que chegam ao consumidor. Dessa forma, levam em consideração também os impostos sobre os produtos comercializados. O PIB não é o total da riqueza existente em um país. Na realidade, o PIB é um indicador que serve para medir a evolução da economia.
Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 7,3 trilhões no ano passado. Deste total, R$ 6,2 trilhões se referem ao valor adicionado a preços básicos e R$ 1,0 bilhão aos impostos sobre produtos líquidos de subsídios.
Segundo a coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca Paris, apesar de ser o terceiro ano consecutivo de crescimento, em 2017 e 2018 (1,3%), a economia brasileira ainda está no patamar do primeiro trimestre de 2013, (no período pré-recessão). “Não recuperou a perda ainda”,
Fatores do baixo crescimento
Parte do crescimento modesto do PIB se deve a quatro fatores importantes:
• A retração da indústria extrativa, impactada pela tragédia de Brumadinho (MG).
• Fatores externos como a guerra comercial entre China e Estados Unidos e a recessão na Argentina.
• A recuperação lenta do mercado de trabalho e o desemprego resistente.
• Dependência cada vez maior da recuperação dos investimentos privados, em meio ao rombo das contas públicas.
Fatores de recuperação do PIB
De acordo com o IBGE, a expansão de 1,1% do Valor Adicionado a preços básicos e a alta de 1,5% no volume de Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios contribuíram para o crescimento do PIB em 2019. Além disso, o PIB per capita variou 0,3% em termos reais e atingiu R$ 34.533 em 2019. Outros destaque do crescimento do PIB são:
• Agropecuária e Serviços cresceram 1,3%
• Indústria: 0,5%
• Consumo das famílias: 1,8%
• Investimentos: 2,2%
• Construção civil: 1,6%
• Importação: 1,1%
Expectativas para 2020
O mercado brasileiro reduziu para 2,17% a previsão a alta do PIB neste ano. O IBGE não faz projeções, mas considera que a economia brasileira será afetada negativamente pelo coronavírus. Segundo a última pesquisa Focus do Banco Central, bancos e consultorias já estimam um crescimento abaixo de 2% e mais cortes na taxa básica de juros.
A estimativa do governo para o crescimento da economia em 2020 segue em 2,4%, mas o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, já adiantou que a projeção oficial deverá ser revisada.