Até então sabe-se que o risco de contrair ou transmitir a covid-19 é baixo, praticamente nulo. Em um cenário de confinamento, os animais se tornam grandes aliados para reduzir o estresse e a ansiedade.
O médico veterinário Paulo Abilio Varella Lisboa, pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict), da Fiocruz, ajuda a desvendar alguns mitos envolvendo os animais domésticos e o coronavírus.
“Até agora, há menos de 25 relatos em todo o mundo de cães e gatos de estimação infectados com SARS-CoV-2, e nenhum relato de animais positivos no Brasil”, o médico veterinário ainda afirma que “nenhum relatório oficial publicado sugere que animais de estimação sejam fonte de infecção para seres humanos.”
A chance de contrair a infecção é mínima, mas alguns tutores estão preocupados se o cão ou gato pode levar o vírus para o ambiente doméstico. Neste ponto, o especialista entende que ainda não há evidências científicas que apontam para isto, “tampouco há evidência de que animais sejam vetores mecânicos ou possam carregar o vírus, ou que o vírus possa se replicar nos animais”, disse.
Mesmo sem evidências, Lisboa recomenda que os tutores façam a higienização dos animais que vão para a rua. “De qualquer forma, é recomendável a higienização das patas e do focinho com uma combinação de água e sabão neutro em pano umedecido. Mas essa higienização deveria ser feita habitualmente em todos os animais que vão à rua, independentemente da epidemia”.
Com a pandemia houve um aumento de abandono dos pets. Para Paulo Abilio Varella Lisboa três pontos podem ser considerados sobre este fato: a desinformação e fake news de que os animais poderiam ser vetor da covid, alguns foram abandonados intencionalmente e outros perderam os lares, pois os tutores foram impactados economicamente, com a redução da renda.
Benefícios dos pets
Na Espanha, uma médica observou que os tutores de gatos apresentaram sintomas mais brandos ou não tinham sintomas da covid-19. Mas, o médico veterinário lembra que ainda não há comprovação científica de que os gatos poderiam melhorar a imunidade dos donos. Por outro lado, Lisboa afirma que “temos outro aspecto menos falado que é o papel dos animais domésticos na casa das pessoas, diminuindo a sensação de isolamento e criando um momento diário de convívio e felicidade – reduzindo assim o estresse e a ansiedade, contribuindo com a saúde mental em tempos de isolamento. Pessoas felizes têm menos estresse e têm melhor escore imunológico, sendo naturalmente menos suscetíveis a doenças.”