Em nota, as mais importantes entidades ligadas às indústrias de laticínios do Brasil avisam sobre crise grave
De acordo com Nilson Muniz, diretor executivo da ABLV ( Associação Brasileira da Indústria de Lácteos Longa Vida ), a brusca redução do auxílio emergencial somada à grave crise econômica causada pela pandemia de covid 19 e a alta do preço do leite causada pelo aumento dos insumos de produção como a soja e o milho geraram uma combinação explosiva para as indústrias de laticínios.
Muniz explicou que a cadeia produtiva do leite é muito sensível, não há grandes estoques e grandes armazenamentos.
Desde janeiro o consumo caiu, enquanto isso, o preço do leite comprado dos produtores também subiu muito, pois os custos de produção também aumentaram. Do outro lado, com a queda nas vendas o varejo pressiona a indústria no preço do leite .
” O preço de venda da indústria para o varejo não cobre o preço leite no campo mais todos os outros insumos e custos, relativo ao produto acabado. Quando a indústria vende um litro de leite UHT ao comércio por R$3,30 entre R$ 2,20 e R$ 2,30 é só a matéria prima. Quando se soma todos os demais custos e insumos da produção, as indústrias vêm recebendo um prejuízo de R$ 0,20 a R$ 0,30 por litro de leite vendido. Hoje, não há nenhum segmento da indústria de laticínios que tenha margem positiva.” Relata Muniz
Ainda de acordo com Muniz, este é o pior momento dos últimos 6 anos, pois não há compensação. Desde janeiro até o final de julho, não houve lucro para as indústrias. E por se tratar de uma crise muito conjuntural, ou seja não tem uma causa única, as entidades ligadas à indústria se uniram e pedem ajuda dos produtores de leite, do setor varejista e do governo.
“Nós precisamos mesmo é que haja nesse momento uma redução da pressão sobre a indústria”. O diretor ressaltou que toda a cadeia do leite é importante e cada parte precisa da outra.
“Este alerta é para que as indústrias não fechem as portas. Queremos que o produtor tenha o escoamento do trabalho dele e que receba o preço justo, que a indústria tenha sua margem de lucro, que é pequena pois ganha no grande volume e que o comércio varejista também faça o papel dele pois se um destes elos colapsar os outros tb quebram. É importante ressaltar que não há indústria sem produtor e vice versa, se não tem um varejo muito organizado com margem justa a produção também não é escoada, e o varejo também precisa dos produtores e das indústrias para abastecer as prateleiras.”
Como pode ser constatado na nota, a indústria de laticínios brasileira pede ajuda aos seus pares: produtores, varejo e governo. Confira o alerta na íntegra:
* conteúdo desenvolvido em parceria com o www.terraviva.com.br