Edimilson José de Souza, o mestre ‘Mancha’, professor em um projeto de extensão da Universidade de Brasília (UnB) e mestre no grupo de capoeira Ginga Ativa, vinculado ao Instituto Mãe África (IMAF), recebeu um pedido especial de uma escola de capoeiristas direcionada a jovens e crianças em Moçambique, na África Oriental.
Eles solicitaram ao mestre que apadrinhasse o grupo, que hoje abrange cerca de 100 alunos nas capitais Chimoio, Beira e Tete. O Grupo Ginga Ativa se comoveu com o entusiasmo e talento dos jovens e abraçou o projeto, que agora leva o nome de Ginga Ativa Capoeira Moçambique.
Sua primeira missão como padrinho é muito especial para esses jovens: conseguir doações para a compra dos abadás para as turmas, que hoje treinam sem o uso de vestimenta adequada para a prática da representação cultural afro-brasileira.
“Temos uma boa caminhada, o que nos possibilita levar a filosofia da capoeira Ginga Ativa para outros países. Foi assim que o instrutor Besouro, em Moçambique, nos conheceu e compartilhou conosco algumas experiências ruins que eles tiveram com mestres que só pensavam em lucrar com a arte”, contou Mancha.
O capoeirista afirmou que recebeu o pedido de Besouro como um desafio, pois entre as principais filosofias da capoeira está a missão de ajudar o próximo.
“O Instituto Mãe África abraçou esses filhos moçambicanos e pede a colaboração e solidariedade de todos para conseguir, inicialmente, o valor necessário para a compra de 100 uniformes”, destacou.
Cada uniforme tem o custo médio de U$13, que equivale a cerca de R$62,55. Com o valor do envio, a estimativa é de R$100 por aluno. Para colaborar, basta acessar o link da Vakinha Virtual criada pelo Grupo Ginga Ativa: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ginga-ativa-capoeira-mocambique
Instituto Mãe África
O IMAF é uma organização criada em 2008 e localizada na cidade de Ceilândia, no Distrito Federal, que atua prioritariamente na valorização e disseminação da cultura afro-brasileira.
A instituição está alinhada ao propósito do respeito à diversidade e à identidade racial e cultural, promovendo o empoderamento da comunidade atendida a partir da promoção da cultura negra e do reconhecimento e preservação da história ancestral deste povo por meio da capoeira, danças afro, rodas de conversa, oficinas e eventos temáticos.
“Temos um carinho especial pelos capoeiristas moçambicanos por todo o trabalho que desenvolvem em meio às dificuldades que enfrentam em suas rotinas. Queremos apoiar não só a questão dos uniformes, mas a filiação do grupo ao Ginga Ativa e ao IMAF”, destacou Suelen Sáboia, uma das fundadoras e representante do Instituto.
“Estamos muito felizes com a parceria e temos esse desafio pela frente para angariar fundos e fortalecer esse movimento. Contamos com todos aqueles que se sentiram sensibilizados para que nos ajudem a potencializar nossos irmãos de outro continente”, finalizou Sáboia.