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Estudo brasileiro revoluciona tratamento de insuficiência cardíaca com abordagem personalizada e economicamente viável

Foto: Divulgação

Um estudo multicêntrico brasileiro, o PhysioSync-HF, coordenado pelo Hospital Moinhos de Vento com apoio do Ministério da Saúde através do Proadi-SUS, traz avanços significativos para o tratamento de insuficiência cardíaca, condição que afeta aproximadamente 2 milhões de brasileiros. A pesquisa, considerada a maior do gênero no mundo, comparou duas técnicas de ressincronização cardíaca e oferece novas perspectivas para a medicina personalizada e a saúde pública no país.

A pesquisa acompanhou 173 pacientes durante 12 meses, avaliando a técnica convencional de ressincronização biventricular (que conecta eletrodos em ambos os lados do coração) versus uma abordagem inovadora de estimulação fisiológica (que insere o eletrodo diretamente no local do bloqueio elétrico, seguindo a ativação natural do órgão).

Resultados clinicamente relevantes

Embora a técnica biventricular tenha demonstrado superioridade na melhora da função cardíaca e redução de internações, a abordagem fisiológica mostrou-se uma alternativa economicamente mais viável, com redução de aproximadamente R$ 17 mil por paciente durante o estudo. Ambas as técnicas promoveram melhora significativa na função cardíaca, capacidade física e qualidade de vida dos pacientes.

Diversidade e representatividade

O estudo destacou-se pela inclusão de participantes que refletem a diversidade brasileira: 50% mulheres e 60% de participantes não brancos (20% negros, 39% pardos e 1% indígenas), provenientes de 14 cidades nas cinco regiões do país. Esta abordagem permitiu capturar particularidades relevantes para a realidade nacional, incluindo pacientes com doença de Chagas, condição negligenciada em estudos internacionais.

Impacto no SUS e na saúde pública

Os resultados, apresentados no Congresso Europeu e Mundial de Cardiologia em Madri, representam um marco para o Sistema Único de Saúde, fornecendo evidências científicas nacionais para otimizar recursos e melhorar o acesso ao tratamento. “É fundamental que a ciência nacional produza dados que reflitam a nossa população, com suas características genéticas e sociais, para que os tratamentos sejam realmente eficazes”, reforça Carisi Anne Polanczyk, chefe do Serviço de Cardiologia do Hospital Moinhos de Vento.

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