Primeira obra da escritora brasiliense Marília Mangueira, a publicação reúne textos confessionais sobre o feminino, a arte, e foi contemplada pelo Fundo de Apoio à Cultura – FAC na categoria publicação de teatro
Uma obra confessional. Despida de pudores, julgamentos ou quaisquer manobras utilizadas por nós para esconder fragilidades, a autora Marília Mangueira, em seu primeiro livro intitulado “A Ostra e o Teatro”, entrega tudo de si e deixa as cicatrizes à mostra, algumas delas, ainda em processo de cura. Contemplada pelo Fundo de Apoio à Cultura – FAC, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF, na categoria publicação de teatro, a escritora, que também é atriz, relata em seu trabalho de estreia fragmentos de três décadas de vida entre recortes de lembranças, diálogos e revelações. O lançamento acontecerá no Gama, Guará II e Riacho Fundo I, nos dias 8, 9 e 10 de outubro, respectivamente, das 18h às 21h.
No mês recheado de datas comemorativas relacionadas à literatura, como o Dia Nacional da Leitura (12), o Dia Nacional do Livro (29), o Dia Mundial da Alfabetização (8) e o Dia Nacional da Liberdade de Expressão (28), os escritos da brasiliense revelam não apenas o seu anseio pela arte em sua totalidade, mas expressam a potência que um talento pode ter ao encontrar apoio, mesmo em tempos difíceis para a cultura. Formada pela Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, templo da arte e da representatividade no DF, Marília já escrevia poemas e pensamentos, mas ao entrar nas artes dramáticas, deixou um pouco a escrita de lado para dedicar-se aos palcos.
Multitalentos, a escritora participou de espetáculos teatrais em Brasília, encenando obras de autores brasileiros e estrangeiros. Em 2018, resolveu dedicar-se à criação literária, escrevendo seu primeiro livro “A Ostra e O Teatro” e, com ele, passou em primeiro lugar no FAC. “A escrita é um prazer e um vício diário. Os meus registros percorrem momentos e, até, fatos históricos ocorridos nos anos 90, como, por exemplo, o assassinato da atriz Daniella Perez, ocorrido quando eu tinha apenas 10 anos de idade, sob a minha perspectiva com o olhar daquela época, olhar de criança”, descreve Marília.
Folheando os textos que trazem fragmentos do sabor e dissabor da arte guardados na memória da autora, a obra entrega uma narrativa com e sem linearidade, revividas na escrita, onde é possível perceber um desabafo de Marília com o leitor. “Marília assumiu, humildemente, que não sabia quem era, que não sabe quem é e, talvez, não encontre resposta de como será no futuro. No meio de tantas dúvidas, ela relata algumas certezas em três décadas de vida. Uma delas é a sua formação como atriz e professora de Teatro na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, em Brasília”, descreve Silvia Paes, mestre em artes pela UnB, em um trecho do prefácio escrito por ela para o livro.
A obra é um trabalho autobiográfico interessante, fala sobre o teatro, mas não é um livro técnico, mas de histórias e contos. Nele, descobriremos que Marília Mangueira é a primeira autora brasileira a dialogar com Macário, personagem do romancista Álvares de Azevedo presente no livro publicado em 1852, considerada peça de teatro e uma narrativa de caráter pessoal. A publicação conta com uma tiragem de 750 cópias e será vendido por R$30,00. Inclusive também terá Audiolivro e estará disponível em breve. Para fazer reservas da obra e se comunicar com a autora, o contato é @mariliamangueiraa ou e-mail: mariliamangueira.arte@gmail.