Alta no preço dos alimentos pode influenciar a primeira projeção do ano
A reunião mais definidora da economia brasileira está acontecendo hoje (19). O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne nesta terça-feira para estabelecer a taxa básica de juros, a Selic. Amanhã (20), depois da segunda parte da reunião, o valor do juros será anunciado ao final do dia.
Depois da alta inflação nos últimos meses, as instituições financeiras preveem uma manutenção na taxa de 2% ano. A projeção sai semanalmente por meio do boletim Focus, que é elaborado a partir de uma pesquisa econômica realizada pelo BC.
A reunião do Copom é dividida em dois dias. No primeiro dia do encontro são colocadas apresentações técnicas sobre o desenvolvimento e as perspectivas das economias brasileiras, mundial e comportamento do mercado financeiro.
No segundo dia, presidente e diretores do BC analisam as melhores possibilidades e definem a Selic.
Meta de inflação
A Selic é a principal manobra do governo para controlar a inflação, assim, os integrantes do comitê garantem que ela fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No ano de 2021, a meta está em 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Para 2022, a meta é 3,5%, também com intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Há alguns meses atrás, os órgãos financeiros apostavam em uma inflação abaixo do centro de meta. A situação foi revertida após recente alta no preço dos alimentos. Os especialistas consultados no boletim Focus agora projetam que a taxa de inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao consumidor Amplo (IPCA) finalize o ano em 3,43%.
Controle da demanda
A Selic, é a principal referência para os demais juros da economia, funcionando como a taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia.
Ao manter a Selic no mesmo patamar, o Copom considera que as alterações anteriores nos juros básicos foram suficientes para chegar à meta de inflação, objetivo que deve ser perseguido pelo BC.
Ao diminuir os juros básicos, a tendência é minimizar os custos do crédito e acelerar a produção e o consumo.
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
*Com informações da Agência Brasil.