
A leitura na infância é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento intelectual, emocional e criativo das crianças, mas muitos pequenos ainda apresentam resistência. José Júnior, diretor nacional da Ensina Mais Turma da Mônica, rede de apoio escolar do Grupo MoveEdu, compartilha dicas para incentivar esse hábito.
Segundo a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, apenas 20% dos brasileiros leem livros no tempo livre, enquanto 81% passam o lazer na internet. Cultivar o gosto pela leitura desde cedo pode transformá-la em um entretenimento saudável, ampliando vocabulário, raciocínio e criatividade.
Por que algumas crianças resistem à leitura?
Diversos fatores contribuem para essa dificuldade:
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Falta do hábito no ambiente familiar, fazendo os livros parecerem distantes ou chatos.
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Associação da leitura apenas com obrigação escolar, perdendo seu caráter prazeroso.
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Competição com estímulos visuais (telas, vídeos, jogos), que tornam a leitura mais lenta e menos atrativa.
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Falta de identificação com os temas abordados, reduzindo o engajamento.
Benefícios da leitura na infância
Além da alfabetização, a prática regular:
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Desenvolve imaginação, vocabulário e raciocínio lógico.
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Aumenta a concentração e a capacidade de interpretação de texto.
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Auxilia na regulação emocional e no desenvolvimento de empatia.
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Fortalece vínculos familiares quando realizada em conjunto.
A leitura deve ser apresentada como uma atividade leve, divertida e conectada ao universo infantil, incentivando a curiosidade e o prazer pelas histórias desde os primeiros anos.
Dicas práticas para estimular a leitura nas crianças
Ofereça temas que despertem o interesse
A escolha dos livros faz toda a diferença. Busque por obras com temas que chamem a atenção dos pequenos. Se a criança se interessar por animais, por exemplo, ofereça livros que abordam essa temática. Assim, a leitura se torna um ponto de conexão com o leitor.
Dê o exemplo
Leia com frequência. Quando a criança vê um adulto lendo, entende que a leitura também é um hábito durante a vida adulta. Pode ser um livro, receitas, revistas ou jornais. O importante é motivar o pequeno, mostrando que essa prática é algo natural e prazeroso.
Transforme a leitura em algo lúdico e divertido
Para deixar o momento especial para a criança, a leitura pode ser feita antes da hora de dormir ou durante os finais de semana. Para tornar a leitura em algo mais lúdico e divertido, os pais podem fazer vozes diferentes ou representações para cada personagem. Assim, o hábito deixa de ser uma obrigação e se torna uma brincadeira.
Crie um cantinho de leitura
Um espaço acolhedor, confortável, quieto e bonito incentiva os pequenos a frequentarem aquele ambiente de leitura de maneira espontânea.
Use a tecnologia como aliada
A tecnologia pode ser uma grande aliada, desde que o tempo de tela seja equilibrado com conteúdo de qualidade, utilizando esses recursos como complemento. Um bom exemplo são os audiobooks infantis, que combinam sons, textos e imagens, uma ponte entre o mundo da leitura e o universo digital.
Elogie e comemore o progresso
Valorize cada conquista, como terminar o livro, ler sozinho ou escolher a próxima história. Esses incentivos reforçam positivamente o hábito e aumentam a confiança.
Sugestões de leitura por idade
Para facilitar a identificação das crianças com as histórias e com a linguagem dos livros, José Junior indica algumas opções para cada faixa etária.
3 a 5 anos — Curiosidade e ilustração
“O Monstro das Cores” – Anna Llenas
“A Lagarta Comilona” – Eric Carle
“Cadê o Tatu?” – Sônia Barros
6 a 8 anos — Leitura com autonomia e imaginação
“O Pequeno Príncipe” – Antoine de Saint-Exupéry
“A Casa Sonolenta” – Audrey Wood
“Gildo” – Silvana Rando
9 a 10 anos — Aventura e identificação
“Diário de um Banana” – Jeff Kinney
“O Menino Maluquinho” – Ziraldo
Coleção “Os Karas” – Pedro Bandeira
11 a 13 anos — Tramas envolventes e reflexão
“Extraordinário” – R.J. Palacio
“As Crônicas de Nárnia” – C.S. Lewis
“A Bolsa Amarela” – Lygia Bojunga.
“Uma boa dica, é deixar a criança escolher a próxima leitura, afinal, com o envolvimento começa a curiosidade”, finaliza José Junior.