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Afroempreendedorismo movimenta quase R$ 2 trilhões por ano e números estão em progressão

Foto: banco 

O afroempreendedorismo no Brasil tem se consolidado como um importante motor da economia nacional, movimentando atualmente quase R$ 2 trilhões por ano, um valor impressionante que deve seguir crescendo nos próximos anos. A expansão desse mercado reflete o crescente número de empreendedores negros abrindo seus próprios negócios e conquistando espaço no cenário empresarial. Segundo dados do Sebrae, o empreendedorismo negro tem se destacado, e a tendência é que o impacto econômico dessa categoria só aumente.

Em 2024, o cenário do afroempreendedorismo no Brasil foi marcado por avanços significativos. A consolidação de iniciativas como o Movimento Black Money, que conecta afroempreendedores a recursos financeiros, foi um dos fatores determinantes para o crescimento do setor. Além disso, políticas públicas como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) se mostraram eficientes, permitindo que empreendedores negros superassem um dos maiores desafios: o acesso ao crédito. A expansão de redes de apoio e a realização de eventos voltados para a capacitação também foram fundamentais para fortalecer o movimento, promovendo a troca de experiências e a valorização da cultura negra como diferencial competitivo nos negócios.

Entre as iniciativas que têm se destacado nesse contexto está a Afrocentrados Colab, uma loja colaborativa fundada por Cynthia Paixão, que reúne mais de 100 empreendedores(as) negros(as) e promove diversas ações de capacitação. A loja oferece mentorias sobre empreendedorismo, marketing digital e design de produtos, contribuindo para o fortalecimento de negócios negros e ampliando as chances de sucesso de seus parceiros. “O empreendedorismo é uma forma de empoderar as comunidades negras e possibilitar uma ascensão e independência econômica. O sucesso dos negócios que apoiamos é um reflexo do impacto positivo que o afroempreendedorismo tem trazido para a sociedade”, destaca Cynthia.

Apesar dos avanços, o afroempreendedorismo no Brasil ainda enfrenta desafios significativos, especialmente quando se trata de rentabilidade e formalização. Um estudo do Sebrae revelou que, em 2023, os empreendedores negros apresentaram uma renda média 32% inferior à dos empreendedores brancos, o que destaca a desigualdade persistente nesse setor. Além disso, apenas 4,3% dos afroempreendedores alcançam uma remuneração superior a cinco salários mínimos, e apenas 20% têm seus negócios formalizados com CNPJ, o que limita suas oportunidades de crescimento e acesso a crédito.

A formalização é um ponto crucial para o avanço do afroempreendedorismo. Com o registro fiscal e a formalização dos negócios, os empreendedores ganham a possibilidade de vender produtos e serviços de maneira mais estruturada, além de facilitar o acesso ao crédito, algo fundamental para a expansão dos negócios. Cynthia Paixão, ao longo de 2024, organizou ações como o AfroDonas, evento que visa valorizar e capacitar mulheres empreendedoras, e a 2ª edição do Baile Black, evento que promove a troca de experiências e o fortalecimento de uma rede de apoio entre afroempreendedores.

Olhando para 2025, as expectativas são ainda mais positivas para o afroempreendedorismo, com destaque para a crescente adoção de ferramentas digitais, especialmente no comércio eletrônico. Segundo o “Relatório de Transformação Digital da América Latina 2024”, o e-commerce registrou um aumento de 16% nas vendas online em relação a 2023, o que representa uma grande oportunidade para os afroempreendedores expandirem seus negócios e alcançarem novos mercados. O marketing digital também deve se consolidar como uma estratégia fundamental para o sucesso dos negócios, permitindo que os empreendedores negros alcancem públicos mais amplos e potencializem suas vendas.

Outro fator importante que deve impactar positivamente o afroempreendedorismo em 2025 é a aprovação do projeto que torna permanente o fundo garantidor do Pronampe. A medida, aprovada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) em outubro, permitirá que micro e pequenos empreendedores, incluindo os negros, tenham acesso a recursos financeiros com mais facilidade. Essa mudança representa uma vitória significativa para o setor, uma vez que a escassez de crédito sempre foi um dos maiores obstáculos enfrentados pelos afroempreendedores.

Em suma, o afroempreendedorismo no Brasil segue uma trajetória de crescimento e transformação. Embora desafios ainda existam, as iniciativas de apoio, a capacitação contínua e a adoção de novas ferramentas digitais oferecem um cenário promissor para os próximos anos. Com a união de esforços entre empreendedores, organizações e políticas públicas, a tendência é que o impacto do afroempreendedorismo se expanda, não apenas no Brasil, mas também no cenário global, fortalecendo a economia e promovendo a inclusão e a igualdade no mundo dos negócios.

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