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A reforma tributária e o preço na prateleira

Estamos todos no mesmo balaio

A reforma tributária tem sido pauta de diversas discussões e debates, com comparações entre as PECs 45/2019 e 110/2019 e com as mais diferentes formas de encarar e enxergar as mudanças que ela acarreta. Mas, objetivamente, o preço na “prateleira”, que é onde o consumidor adquire o bem ou serviço, muda?

Como contador, minha visão contempla mais o que vai acontecer com cada cliente, com as mudanças que virão às suas empresas. Mas, considerando que meu cliente também é consumidor, a vida dele, neste papel, também muda? Ele irá experimentar diminuição da inflação? Haverá uma desoneração e uma competitividade mais saudável?

 

A falta de transparência

Alguns setores estão se posicionando a favor da reforma, outros, contra. Mas todos pleiteando benefícios para seu setor, o que entendo como absolutamente normal. Estamos buscando uma evolução de legislação, readequação de alíquotas e base de cálculo. Mas o que falta?

Acredito que falte um exercício técnico e uma visão sistêmica, posteriormente, um exercício de coletividade.

Se hoje você perguntar para uma empresa que fica na base da cadeia de produção, como  um produtor de leite, por exemplo, se ele aceita pagar mais imposto, porque será bom para o país e teremos as regras tributárias de Primeiro Mundo, o que você acha que ele irá responder? Provavelmente e, naturalmente, ele irá falar que é contra.

Vamos refletir novamente sobre a mesma situação, se você falar para o produtor de leite que ele irá pagar mais imposto, que ele deve repassar este custo ao cliente dele, mas, que as próximas etapas da cadeia produtiva serão desoneradas e que, ao final de tudo, o consumidor final irá ter um produto mais barato? Ouso dizer que ele pode responder da mesma forma, mas, irá refletir sobre o assunto. Concorda?

Temos tecnologia e inteligência para melhorar o entendimento

Meu atual questionamento e exercício de pensamento são na seguinte linha: que seja estabelecida uma metodologia de análise. Falta informação e transparência. Se você consumidor, se você empresário, conseguir cobrar da classe política o que ela tem que fazer bem, que é representar os interesses do cidadão e mais, você cidadão cobrar do setor produtivo a transparência de forma imparcial sobre a tributação total da cadeia de produção, os benefícios podem ser usufruídos por todos os participantes desta cadeia. Que seja cobrada a proporcionalidade da desoneração tributária que a reforma trás, não com uma redução teórica, mas prática, que abranja a todos!

Se é pra todos, tem que ser justo

Reflitamos em cima de um exemplo real: quando o preço na refinaria aumenta, você já percebeu que alguns postos de gasolina, automaticamente, aumentam o preço na bomba? Mas ele nem começou a adquirir a gasolina com aumento! Por quê? E se é desonerado em algum processo, por que o cliente não sente o impacto proporcional no preço na prateleira?

Meu pensamento é o de que “informação só é demais, quando tem alguma coisa para esconder”.
O que você acharia de antes de se bater o martelo para a reforma tributária, que sim, é muito necessária, conseguíssemos analisar publicamente os impactos de cada cadeia dos 200 principais setores da economia?
Hoje, um analista de B.I. consegue, minimamente, criar uma análise junto com um economista e um contador.

E você, quer analisar ou confia cegamente?

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