
Em meio a questionamentos recentes sobre exames ginecológicos, o A.C.Camargo Cancer Center destacou a importância fundamental do teste de Papanicolaou para o rastreamento e o diagnóstico precoce do câncer do colo do útero – terceiro tipo mais comum entre mulheres no Brasil, com cerca de 17 mil novos casos e aproximadamente 7 mil mortes anuais.
A instituição, que tratou mais de 5 mil pacientes com tumores ginecológicos entre 2000 e 2020, reafirma que a coleta citopatológica é uma ferramenta segura e eficaz, adotada rotineiramente em diversos países para a detecção de lesões precursoras e determinados tipos de câncer.
“Observamos que a hesitação em relação a exames ginecológicos e à vacinação contra o HPV pode impactar negativamente os esforços de prevenção. Informar a população com base em evidências científicas é essencial para que as mulheres possam tomar decisões conscientes sobre sua saúde”, afirma a oncologista Andrea Paiva Gadelha Guimarães, vice-líder do Centro de Referência em Tumores Ginecológicos do A.C.Camargo.
Embora o exame possa ser percebido como desconfortável, ele desempenha papel central na identificação precoce de alterações que, quando tratadas em estágios iniciais, apresentam altas taxas de cura e reduzem a necessidade de intervenções mais agressivas.
Evidências científicas reforçam o impacto do rastreamento. Um estudo do National Institutes of Health (NIH), publicado na revista JAMA Oncology, mostrou que estratégias de prevenção e detecção precoce evitaram aproximadamente 4,75 milhões de mortes por cinco tipos de câncer entre 1975 e 2020. No caso do câncer do colo do útero, a maior parte das mortes evitadas está associada ao uso do Papanicolaou, à testagem para HPV e ao tratamento de lesões pré-cancerosas.
O A.C.Camargo reafirma seu compromisso com a disseminação de informações em saúde baseadas em evidências, promovendo o cuidado responsável e o diálogo qualificado com a sociedade para melhores desfechos clínicos.